Sexta-feira, 19 de janeiro de 2007
Santa Catarina - Brasil
ARTIGO
Faltam líderes
Antônio Wilson Corrêa Ribeiro, formado em filosofia e pedagogia
profantonioribeiro@ig.com.br
O líder é melhor quando as pessoas mal sabem que ele existe; não tão bom quando obedecido e aclamado; pior, quando desprezado; com um bom líder, que fala pouco, quando pronto um trabalho, atingidos os objetivos, todos dirão: "realizamos sozinhos nossa tarefa."Essas reflexões argutas de Lao-Tsé sintetizam o dinamismo e a inteligência de um autêntico condutor de homens. Pesquisas já abandonam a teoria de líder nato, nossa geração anda carecendo de criaturas assim que, suave e fortemente, animadas por nobres ideais, orientem grupos e massas. Muitos líderes de seres humanos, tão engrandecidos no passado, eram, desde a infância exercitada para a chefia, como ocorreu a Alexandre de Macedônia, educado por Aristóteles. Presentes determinadas qualidades físicas, morais, intelectuais e com a aprendizagem das técnicas apropriadas da psicologia social, surgirão, decerto aptos a exercerem, eficientemente a chefia liderada. Com isso, não negamos que não existam líderes capazes de fascinar multidões e povos com o seu magnetismo pessoal e são os chamados "carismáticos", a cujo número pertenceram os fundadores de grandes religiões e não poucos políticos. Mas a primeira qualidade de um líder é ser justo e este sentimento de justiça é de tal maneira inato no coração humano que qualquer injustiça, mesmo vinda dum chefe estimado, decepciona, revolta e irrita. Compreende-se que um superior seja exigente, severo mesmo; mas, se ele se desencaminha numa manobra desleal ou comete uma arbitrariedade, o subordinado, se sentirá como carta marcada e se não puder exprimir alto este ressentimento, guardará, no fundo do coração, uma ferida oculta que rebentará, mais dia menos dia, numa queixa amarga, num rancor tenaz, ou até mesmo, num ódio implacável.Ser justo é, enfim, dar ao exercício da sua missão uma retidão irrepreensível, que faz mais para assegurar o ascendente moral da coletividade que o uso de todos os artifícios da autoridade."Antes de tudo, há que proceder à avaliação das pessoas, como duma casa, para ver o que valem" (Foch), em outras palavras, só podemos ser avaliados por pessoas sábias.
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